Beleza Pura- Paixão por Rádio AM?


Rosana Cordeiro- Desde criança eu tenho esta paixão. Quando eu era pequena, minha madrinha ligava o rádio às 6h da manhã e ia até a hora da Ave Maria (18h). Sempre gostei muito dessa magia que é o rádio. Eu sabia a programação de quase todas as emissoras AM. A primeira coisa que eu fazia, quando não dormia com o rádio ligado, era ligá-lo quando eu levantava. Mas não ficava em uma estação só. Eu queria saber o que o outro comunicador estava falando sobre aquela notícia.


E como você transformou esta admiração em trabalho?


Em 2003, comecei como correspondente comunitária na Rádio Viva Rio (antiga 1180 AM). O programa se chamava Chegando no Pedaço, apresentado pelo Cristiano Menezes. Depois disto, eu fui coordenadora administrativa da Rádio Comunitária Novos Rumos (101.7 FM), durante um ano e três meses. Aí, teve eleição para escolher um novo presidente. Formamos a chapa ‘Democracia no Ar’ e o grupo sugeriu o meu nome. Em abril de 2005 fui eleita para o cargo.


Você sentiu muita diferença da rádio comercial para a comunitária?


Eu ouvia os diversos programas das emissoras e me sentia instigada para falar, opinar sobre algum assunto. Daí a importância da rádio comunitária: dar voz as pessoas da comunidade. Estar aqui dentro é uma riqueza, pois ela abriga todo mundo. Tem espaço para qualquer seguimento religioso ou ideológico. A rádio é feita pela comunidade e para a comunidade. Eu acho que a comunicação promove o entendimento, o desenvolvimento e o crescimento do local. Acreditamos mesmo no que fazemos. A emissora funciona das 6h às 23h, mas às vezes fico aqui o dia todo.


Mas nessa correria toda sobra tempo para você?


Tenho duas filhas, Brenda, de 11 anos, e Beatriz de 3. Meu tempo é muito complicado. Eu tenho que pagar para ficarem com minha filha mais nova. Hoje eu estou enxergando a vida diferente. Antigamente eu priorizava os afazeres domésticos e eu mesma ficava em segundo plano. Agora eu estou dando esse tempo para cuidar de mim, mas aí começo a sacrificar algumas coisas. Eu quero voltar a estudar. Até gostaria de fazer um curso de informática, mas ainda não consegui me organizar para isto.


Como sua família lida com esta paixão?


Tenho 14 anos de casada. No início meu marido não gostava muito, mas ele acabou contagiado. A rádio comunitária Novos Rumos FM, aqui de Queimados, surgiu no mesmo ano que nos casamos e nós sempre a ouvíamos em casa. Durante um tempo ela acompanhou nossa vida, mas agora a gente acompanha e interfere o caminhar da emissora, assim como ela nos influenciou.


E o que você espera para a rádio?


Encontramos muita dificuldade ainda de mostrar a importância dela até para própria comunidade. Meu desafio é tentar conscientizar as pessoas da importância da rádio comunitária. Sem comunicação a gente não evolui.


Fabiana Oliveira (foliveira AT vivario.org.br)

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